sábado, 31 de julho de 2010

O cantor do metrô

Lá estava ele de novo.. o cantor evangélico que impõe a todos sua cantoria e pregação no metrô, sem deixar escape pra ninguém. Nada contra evangélicos ou pregações, muito pelo contrário, mas acredito em respeitar os outros e a opinião deles. Nada de imposição, somos livres, não?
Ele entra sorrateiramente, como quem não quer nada. Aguarda a porta fechar - ninguém pode sair - e começa a cantar. Digamos que não é um profissional. Pra quem já conhece é figurinha carimbada. Expressões se contorcendo e xingamentos mostram o grau de apreciação.
Desta vez, porém, a abordagem foi diferente.. Ele cantava em árabe. (Árabe ou hebraico.. não sou perita em línguas..) Mudou a abodagem e resultado: muitos sorrisos e olhos curiosos!
A julgar pelas reações de antes e depois, podemos ver que não era a mensagem em si que interessava as pessoas. A voz? Tampouco. Mas algo interessante em se ver alguém cantar em outro idioma e com tanta veemência. Quem diria.. conseguiu ganhar uns ouvidos atentos, embora não soubessem o que ouviam.
Seria uma boa abordagem? Ele fez a sua parte, sem dúvida. Se colocou à disposição, fez sua pregação à sua maneira, mas se ninguém entendia.. pode-se chamar de sucesso?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

De foto a fato

"Você não parece a mesma das fotos.." - um pensamento recorrente nessa era de redes sociais e internet.
Não raro gostamos ou desgostamos de alguém por alguma reação flagrada em uma fotografia. É uma tendência intrínseca a romantizar tudo? Temos que criar personagens em cima de figuras? Será reflexo de uma imaginação fertilmente treinada por livros desde a infância?
A realidade é outra, no entanto. Nem sempre o que imaginamos é o que acontece. Muitas vezes pra pior, mas muitas vezes pra melhor, somos surpreendidos em nossas elucubrações. E o real é tão mais interessante!