quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Notas para mim mesma

Pensando em como as pessoas recebem o que lhes damos.. Seja uma palavra, um artigo, uma lembrança.. roupa, comida, o que seja.. se saiu de nós já não é responsabilidade nossa, as pessoas têm suas escolhas. Já dei sopa para uma pessoa que preferia ter recebido dinheiro, por exemplo. Lembro de ter ficado indignada, sem entender aquilo: se a pessoa está com fome, prefere dinheiro?! Claro que sabia o motivo, mas fiquei pensando bastante sobre isso, até que me caiu a ficha e a partir daí tem sido uma metáfora para muitas outras coisas.. não é mais meu!
Podemos controlar tudo o que sai de nós, tudo o que espalhamos pelo mundo, mas não podemos controlar como ou se será recebido e nem qual será a reação do outro. Se a pessoa prefere recusar todas as sopas na espera de um dinheiro que pode nunca vir, é uma escolha dela, todos temos autonomia. O que não podemos é deixar de fazer nossa parte, distribuir amor, atenção, carinho.. Mesmo que não seja aceito, amor não se esgota. Pra quê mesquinhar?

terça-feira, 16 de agosto de 2016

"Prestando atenção em cores"

Tenho pensado muito a respeito das relações interpessoais, com todo mundo que observo.. Percebo que as pessoas são boas e tenho notado até.. não sei se ingenuidade seria a palavra certa, talvez ausência de cinismo. Explico-me.
Sempre olhei as pessoas com dúvidas a respeito de suas motivações, como se tivessem segundas e terceiras intenções e tenho notado que elas são mais puras do que eu pensava. Não "puras" de imaculadas, mas puras de límpidas, sem turvação - como boas cachaças! Quero dizer, o que elas transmitem é, em geral, realmente o que querem transmitir, sem malabarismos emocionais. Isso é particularmente notável ao falarem sobre crianças e animais - parece que desperta algo íntimo de cada um, bonito de ver, olhos brilhando e sorrisos contidos. Sempre fui meio sarcástica e irônica - quando alguém falava alguma coisa boa, eu reagia como numa brincadeira, por achar que eles estavam sendo irônicos também. Mas não. Na verdade, não estão! E isso é tão novo pra mim: ver simplicidade e inocência nos outros, em cada um, em todos nós.