sexta-feira, 30 de junho de 2017

A menina com flores

Aqueles olhos vazios que transmitem uma dor e tristeza profundos, escondidos em belas cores.. Não consigo ver as cores, só os olhos me atraem para um cenário obscuro. Posso dizer que é medo mesmo.. medo de ser absorvida por esses olhos e ali ficar: presa num lugar de onde não possa sair, um lugar onde nada consiga disfarçar a angústia de dentro, nem mesmo as cores e o sol de fora. É esse objetivo da arte, não é? Revelar um pouco de nós mesmos, traduzir emoções.. Mas ela funciona como um espelho - cada um enxerga de uma forma, a depender de sua bagagem, sua história, seus medos e fantasias.. Tem algo bem humano em querer saber o que há por trás do que se mostra, enxergar o que não se expressa, o que se esconde.. E nessas interpretações do que não se vê é onde vemos a pluralidade e a beleza dos pontos de vista. “Essa menina, tão bonita!”, ele disse. Mas eu só conseguia ver os olhos.. será que um dia ela vai conseguir sair dali?

domingo, 25 de junho de 2017

Do choro ao riso, do luto à luta.

Até onde nos perdemos tentando nos encontrar? Essa risada efêmera é a tal felicidade? O que os palhaços fazem quando a cortina se fecha? Quando a plateia vai embora? Quando a vida acaba? “Melhor ir a uma casa onde há luto”, ele disse. “Se a pessoa não se esforça, a vida ensina”, ela ouviu. E nesse inverno de rostos felizes, dentes brancos e lindas fachadas, me pergunto: onde as pessoas se escondem? Num mar de dramas, qual o verdadeiro espetáculo – o riso ou o choro? “Porque tudo nessa vida passa”, mas o que fica pra quem fica - quem fica ou quem vai? Qual seu equilíbrio agora? Quem é seu mundo? A vida é uma eterna mudança, sempre pensei, agora muito mais concretamente. Nada permanece. Como uma bruma, um sopro, a vida é como um riso: leve enquanto dura e breve quando se vai.