Aqui estou eu, vários anos depois, num lugar em que nunca estive. Fúnebre. Paredes frias, extensões do chão de cimento. Silêncio. Pesar. Dor. Mas ao mesmo tempo paz e tranqüilidade.
Salão redondo. Um anfiteatro com espectadores para o fim de um ciclo. Muito frio. Arena de granito. Teto e chão de cimento. Acentos em círculos concêntricos. Veludos verdes. Cortinas rosa e branco para dar mais vida ao lugar – não que ajude muito.
Música ambiente: ópera. O cantor grita na esperança de abafar a dor. Olhos olham sem ver. Homens fitam o chão tentando manter as lembranças e o sofrimento em cativeiro. O ator principal desce. As cortinas se fecham. Mais um ciclo se encerra.
Pela porta, raios de luz tentam entrar, anunciando, ansiosos, o começo de um novo ciclo. Lá fora muito verde. Vento. Luz. Ar!
Pela janela do carro, ruas passam, prédios são construídos. Trânsito. Buzinas. O sangue ainda corre; o pulso ainda pulsa. Mais uma ferida espera ser fechada... a vida continua, enfim..
Muitas lembranças do ciclo anterior permanecem.. e irão colorir muito mais o novo, sem dúvida.
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