quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fechando ciclos

Aqui estou eu, vários anos depois, num lugar em que nunca estive. Fúnebre. Paredes frias, extensões do chão de cimento. Silêncio. Pesar. Dor. Mas ao mesmo tempo paz e tranqüilidade.
Salão redondo. Um anfiteatro com espectadores para o fim de um ciclo. Muito frio. Arena de granito. Teto e chão de cimento. Acentos em círculos concêntricos. Veludos verdes. Cortinas rosa e branco para dar mais vida ao lugar – não que ajude muito.
Música ambiente: ópera. O cantor grita na esperança de abafar a dor. Olhos olham sem ver. Homens fitam o chão tentando manter as lembranças e o sofrimento em cativeiro. O ator principal desce. As cortinas se fecham. Mais um ciclo se encerra.
Pela porta, raios de luz tentam entrar, anunciando, ansiosos, o começo de um novo ciclo. Lá fora muito verde. Vento. Luz. Ar!
Pela janela do carro, ruas passam, prédios são construídos. Trânsito. Buzinas. O sangue ainda corre; o pulso ainda pulsa. Mais uma ferida espera ser fechada... a vida continua, enfim..
Muitas lembranças do ciclo anterior permanecem.. e irão colorir muito mais o novo, sem dúvida.

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