sábado, 12 de setembro de 2009

Aconteceu numa manhã de sábado

De volta à cidade grande... recepção calorosa!
Torrando no sol, esperando o busão, qual não foi minha surpresa quando, assim que entrei no ônibus, mal deu tempo de dar bom dia e o motorista grita “MOÇAAAA eu não tenho pressa pra lhe conquistar, o braço da viola vai me consolar...”
Cobrador morrendo de vergonha, eu sem entender nada, fui entrando, tentando parecer normal. “Bom dia!”, disse ao cobrador.. ele se enterrando na cadeira, mais vermelho que certas pessoas.
Sentei e continuei a ouvir a voz afinada e empolgada do motorista. Que espetáculo! Em pleno sábado de manhã, em um trabalho que deve ser super maçante, o primeiro motorista-cantor-animador de torcida que peguei. Um show para poucos, sem dúvida.
Muito animado, ele continuava seu repertório particular que eu nunca tinha ouvido na vida, algo sobre lista de supermercado (tudo rimando!) e um tiro que um cara deu quando foi traído... “Essa é Amado Batista”, disse a mulher atrás de mim, já se sintonizando.
Composições sertanejas, bem do cotidiano de pequenas cidades. Tudo lá parece tão distante.. as pessoas são acolhedoras.. Hoje percebi que há um elo. Onde tem humanidade, há de haver algo que nos une. Encontrar esse motorista foi um deles: simplicidade e alegria combinam em qualquer mundo e nos faz sentir de volta em casa.
“Vocês aí de fora!” – o motorista pediu retorno da audiência. Alegria é contagiante mesmo!
Como pequenas coisas podem mudar nossa perspectiva e nosso dia! Ou você trabalha num serviço maçante porque é o jeito, ou você trabalha num serviço maçante e torna ele o mais agradável possível nas pequenas coisas..
O ambiente no ônibus era outro! Pessoas alegres, se ajudando, rindo.. quantas oportunidades a gente tem para rir se não as criarmos?
Valeu demais! Espero voltar logo!
Valeu, Sr motorista!!

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